08/03/2013

Dia Mundial da Mulher


O Clube Naturista do Centro deseja a todas as mulheres um Feliz dia da Mulher.

A todas as Mulheres que aceitaram o seu Corpo e que sentiram na sua pele a liberdade e o bem estar da comunhão com a natureza. A todas as Mulheres que apoiam e apoiaram o movimento associativo um especial agradecimento e reconhecimento pelo vosso apoio.

A todas vós deixamos um texto publicado por uma Mulher:

Mulher Naturista

"Quando uma mulher faz a sua primeira experiência naturista rompe, muitas vezes sem o saber, com diversos valores estabelecidos pela sociedade e pelas religiões e experimenta uma liberdade poucas vezes sentida até então.

Ao expor o seu corpo desnudo, ela reconhece o seu direito a fazê-lo, não porque seja uma transgressora, mas porque o sente merecedor de respeito e apreço por ser inteiramente bom. Já não existem áreas “menos nobres”, ou portadoras alguma “vergonha” a ser escondida. O seu corpo, até então usado como uma forma de barganha social, passa a ser reconhecido como um instrumento voltado para o seu próprio prazer e expressão. E, aos poucos, ao ser aceito em sua inteireza, vai ganhando flexibilidade e maior amplitude de movimentos, liberto que está para explorar o espaço e as inúmeras possibilidades táteis e sensoriais dos ambientes em que se encontra. Quando deixa de ser uma mercadoria e recebe o status de parte importante e visceralmente conectada ao ser de cada um, o corpo revela-se extremamente sensível e hábil, muitas vezes acenando com potencialidades e recursos ainda não explorados.

Não é só do preconceito contra a nudez que uma mulher se liberta ao tirar suas roupa em grupo. Liberta-se também das imposições, tantas vezes castradoras e impiedosas, de uma mídia que padroniza formas e tamanhos, buscando criar uma manada cega, facilmente conduzível e altamente consumidora de tudo o que seja considerado “in”. A nudez social resgata a originalidade das formas e dos tamanhos, ao privilegiar o conteúdo de cada indivíduo e o seu inegável direito a gostar-se e a mostrar-se tal qual é.

A mulher naturista descobre a felicidade oculta na simplicidade. Percebe que a maciez e o brilho da pele bem hidratada podem vesti-la melhor que muitos trajes de grife; que a sensualidade está no olhar e nos gestos nascidos da intenção interior, mais que nos adornos chamativos e nas poses e movimentos estudados; que o verdadeiro luxo não está na riqueza de vestes e jóias, mas na vitalidade, na expressividade e na saúde de corpos capazes de responder plenamente aos anseios vitais.

Ao resgatar a dignidade e o vigor do seu corpo, a mulher naturista faz um contraponto ao flagelo histórico a que as mulheres vêm sendo submetidas ao logo dos séculos. Ao expor seus seios e órgãos genitais, fazendo-se senhora de seus sentimentos e desejos, redime as tantas mulheres que tiveram e têm suas genitálias extirpadas para que não alcancem o prazer, ou foram submetidas ao uso de calças metálicas trancadas com cadeados, que impediam o acesso aos seus genitais. Quando os seus pés deixam pegadas em caminhos pouco pisados ou movem-se ligeiros ao sabor de impulsos momentâneos, a mulher naturista acolhe em seu coração as tantas gueixas que até hoje têm os seus pés amarrados para que atrofiem e lhes impeçam maior mobilidade e agilidade. Ao mover com graciosidade e liberdade o seu corpo de qualquer tamanho de cintura, pressente que em alguma página da história mulheres trancafiadas em espartilhos ferozmente ajustados são apaziguadas e respiram mais profundamente.

Impossível ignorarmos o potencial transformador da mulher naturista que, com seu sim a si mesma e a seu corpo, diz sim ao seu direito de expressão e escolha e propõe, através de seu modo de viver e de seus valores, um repensar das tantas exigências e restrições impostas pela moda e pela estética, pelas religiões e pelas midias que propõem um consumismo irrefreado.

A nudez corporal da mulher naturista faculta-lhe um progressivo caminhar na direção da nudez interior. Quando deixa cair muitas das suas máscaras sociais, pode perceber os contornos mais destacados do que ainda está dentro de si, em forma de crenças, bloqueios, valores, mas que, de fato, não nasce de si mesma, não vem do seu Ser; o que ainda deve ser despido, para que sua alma, nua, possa revelar-se em toda a sua plenitude.

A todas as Mulheres Naturistas, neste Dia Internacional da Mulher, as nossas congratulações e o nosso desejo de que possam compreender a verdadeira dimensão do seu valor como agentes de transformação social, ao terem optado pelo estilo de vida simples, libertador, consciente e mais conectado com os sentimentos e com a Natureza, que o Naturismo propõe."


Cândida Furtado