"A primeira vez que me despi em público e que considero como a primeira experiência naturista que tive, sucedeu quando tinha 18 anos, no já longínquo ano de 1985. Foi durante umas férias de Verão e tudo sucedeu na praia de Beliche, que para quem não sabe, se situa na vila algarvia de Sagres, bem perto da Quinta dos Carriços onde todos os anos se organizam os encontros de Verão.
Nos anos anteriores já me tinha deslocado a essa praia e observado a naturalidade e clima de satisfação com que várias pessoas de ambos os sexos conviviam entre si apesar de se encontrarem totalmente nuas, o que para mim era uma enorme novidade, já que em casa dos meus pais a nudez sempre foi considerada vergonhosa e escondida. E dei comigo a pensar que se para essas pessoas não existiam problemas em assumir o seu corpo sem inibições e com essa forma de encarar a vida, aparentemente eram felizes, não havia razões para que comigo fosse diferente. Mas como a mente ainda possuía algumas teias de aranha resultantes da educação recebida, não dei esse passo, mas a semente instalou-se e aos poucos foi crescendo e ganhando força.
Até que numa manhã desse ano de 1985 levantei-me disposto a conhecer o que levava essas pessoas a viverem sem complexos e caminhei a pé os vários quilómetros que separavam a casa do meu tio, onde me encontrava, da praia com a firme determinação de que esse dia fosse o dia D. Quando lá cheguei, verifiquei que já se encontravam na praia diversos casais, alguns dos quais praticando nudismo. Não sei se foi o facto de esses casais serem a minoria ou se simplesmente me deu um último ataque de timidez, mas a verdade é que me inibi e só fui capaz de me estender na toalha com os calções de banho vestidos e assim fiquei durante algum tempo. Mas sempre a travar uma feroz luta com os últimos resquícios de vergonha que se agarravam tenazmente ao meu espírito inquieto por se libertar. E a vitória acabou por surgiu depois de um mergulho quando ao regressar à toalha, sem pensar duas vezes, despi os calções e deitei-me permitindo que os raios de sol me afagassem as costas e pela primeira vez, as finalmente livres nádegas.
As sensações vividas foram tão marcantes, que a partir desse instante já não fui capaz de conceber a minha vida sem a constante presença do ideal naturista. Durante os anos que se seguiram, sempre que regressava a Sagres nas férias, lá estava eu quase diariamente em Beliche, só para poder usufruir do prazer dessa liberdade que só quem vive em contacto integral com a Natureza é que compreende. E quando anos mais tarde, casei e me mudei para a minha casa, foi com toda a naturalidade que comecei a andar constantemente nu em casa, que fomos à praia do Meco e até passámos um fim-de-semana na Quinta das Oliveiras, e tudo isto apesar de ela só esporadicamente praticar nudismo, já que nem na intimidade da nossa casa gosta de andar nua."
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