O Social – Aceitação plena
Para que a nossa caminhada esteja completa, para que a nossa
viajem tenha sucesso falta ultrapassar uma ultima barreira, a Barreira do Social.
O ser humano é por tradição um ser social, vivendo em
sociedade, em família, em parceria.
Passadas as etapas anteriores onde se aceitou o Eu, o Corpo,
o estar Nu em Natureza, com a Natureza ao Natural, é tempo para o passo
seguinte, é tempo de superar a ultima barreira:
A socialização ao Natural.
Depois das três barreiras anteriores, parece fácil, se eu já
me aceitei, se eu já me despi e aceitei o meu corpo, se eu já aceitei e já
consegui comungar ao natural com a natureza, com o universo e já consigo estar
em espaços onde estão presentes outros seres ao natural, então confraternizar, partilhar
e socializar com eles será um passo naturalmente
fácil.
É natural que seja o passo seguinte porque como foi dito
para o ser humano faz parte da sua genética estar em grupo, em sociedade, em família,
com amigos , com conhecidos ou mesmo com estranhos acabados de conhecer, que connosco
partilham os mesmo ideais.
Mas esta ultima barreira que parece tão fácil e acessível,
levanta ainda mais barreiras, mais medos, muitas ideias, pensamentos e
indecisões.
Um mar de perguntas surge à nossa frente:
Como se vai comportar o meu corpo?
Como se vai comportar o meu olhar?
Como é que eu me devo comportar?
O que devo ou posso dizer ou fazer ?
Como devo estar?
Como deve cumprimentar?
Etc.
Até aqui fui caminhado sozinho, ou eventualmente acompanhado,
dentro do meu espaço, do mundo, foi realizando a minha caminhada interior,
individual, controlei os acontecimentos, a velocidade, o momento, o espaço e o
tempo. Cresci ao meu ritmo ao meu jeito.
Agora será diferente, a interacção com os outros é dinâmica,
o controlo não é exclusivamente meu, mas sim de todos os presentes.
Foi para este momento que caminhei, que me preparei, é este
o momento que quero viver e vivenciar, no limite tenho o poder de recuar, de
voltar à etapa anterior, de me proteger.
Tenho o meu “botão de pânico” que me permite sair, fugir,
recuar, voltar á minha zona de conforto onde tudo conheço e tudo controlo.
Mas… ao retroceder, ao recolher à minha zona de conforto,
não ultrapassei a ultima barreira, aquela que estava já ali, aquela que era o meu
objectivo e para a qual tanto trabalhei, procurei antes refugiu no meu Eu
individual.
Não… não é este o meu caminho, não é este o meu desejo nem a
minha vontade, respiro fundo, ou em frente, enfrento a barreira e sei que vou
conseguir.
Já agora, onde e como o vou fazer, qual o espaço ideal, o lugar
certo e adequado?
Parece que as duvidas não têm fim, surjam umas atrás das
outras, tantas perguntas, tantas incertezas, tantas respostas.
Qual o melhor local? na praia? No campo? Num parque
naturista?
E com quem? Em família? Com amigos? Numa actividade
associativa? Indoor? Outdoor?
Com tantas perguntas, com tantas respostas, no meio de tantas
possibilidades e incertezas, estamos perante a barreira que aparente ser a mais
a mais complexa e a mais complicada.
Páro para respirar e afinal… o melhor local é único para
cada um de nós, é o local, o tempo e as pessoas onde e com quem em me sinto
mais confortável para com elas e com a sua ajuda e apoio, e no limite comigo mesmo,
onde Eu escolho dar o passo, no momento em que Eu escolho dar o passo.
No meu momento, no meu tempo e no local por mim escolhido Eu
ultrapasso a barreira de me socializar, Eu trono-me um Naturista na sua
plenitude e apenas e tão só tenho de ser eu próprio, eu mesmo, assim tão
simples e tão fácil.
Apenas tenho de respeitar o próximo, a filosofia naturista,
ter os comportamentos adequados e socialmente aceites no meio Naturista.
Tudo se resume ao Eu estar confortável comigo mesmo, com os
outros, agindo naturalmente até atingir o pleno, até me esquecer que estou nu, despido,
sem roupas.
Naquele momento a minha “roupa” é o meu corpo, naquele
momento não me sinto despido, nu, mas sim “vestido” com o meu Eu, com o meu
Corpo, eu e todos os outros que me rodeiam vestimos o mesmo traje, a mesma moda
e o mesmo estar.
Todos os presentes com a sua “roupa” única e só sua, mas
todos em socialização ao natural, confortáveis consigo próprios, plenos com
todos os que os rodeiam, saboreando os elementos da natureza e o interior de
cada um de nós.
Chegado aqui estamos prontos, preparados para viver o
naturismo em plenitude, o difícil agora passa a ser o não viver em naturismo, o
usar roupa, etc.
Cheguei,
Ultrapassei as barreiras,
Vivo plenamente bem comigo mesmo.
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